De longe, pode parecer que é só mais uma faixa de terra ocupada por um empreendimento qualquer. À primeira vista, a arquitetura da vinícola UVVA segue o padrão das plantações em pivot, que dominam o cenário do agronegócio em todo o Brasil. Mas basta “dar um zoom” para perceber que nada é tão simples assim.
Ao contrário das estruturas uniformes encontradas na maioria das propriedades, nossos 52 hectares de vinhedos foram planejados para abrigar parcelas com diferentes formatos. Apesar das particularidades, perceptíveis até na coloração das massas foliares de cada variedade de uva, o design circular mantém os lotes plenamente integrados entre si.
O que também não dá para ver à distância é que o terreno ocupado pelas videiras esconde alguns segredos. Planejada para receber visitantes – as portas da vinícola estarão abertas em breve –, a área proporciona algumas descobertas como bancos para uma pausa na caminhada ou espaços para fazer um piquenique. “A ideia é proporcionar a experiência de ‘se perder’ entre as uvas”, brinca o diretor Fabiano Borré.
Em um futuro próximo, quem se perder no parreiral também correrá o risco de se deparar com alguma obra de arte. Isso porque o projeto de arquitetura da vinícola reservou uma área de 30 mil metros quadrados para a instalação de uma arena multicultural. Museu a céu aberto, concha acústica, anfiteatro? São algumas das possibilidades de ocupação do espaço, que está localizado bem no centro do terreno e tem o sugestivo formato de meia-lua.
ARQUITETURA INTEGRADA
Só a descrição dos pivots já dá pistas do quanto a presença da UVVA imprimiu um novo mapa na paisagem da região da Chapada Diamantina. Mas o projeto vai além, apresentando uma edificação de alto padrão arquitetônico construída em plena harmonia com os vinhedos e o meio ambiente.
“É a primeira vinícola no Brasil cujo desenho responde a um design específico. É muito impactante sobrevoar a região”, garante a arquiteta Vanja Hertcert, que assina o projeto e traz a experiência de 25 anos de carreira dedicados ao universo dos vinhos.
Após um estudo que vasculhou pelo menos 30 anos de história das mais famosas regiões produtoras de vinho, decidimos arriscar um olhar para o futuro, atualizando tradições para dar um passo à frente das conhecidas casas de pedra ou “chateaux” de localidades como Bordeaux, na França, ou Rioja, na Espanha.
INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE SÃO A BASE DA ARQUITETURA DA VINÍCOLA
O resultado é um prédio de mais de 5 mil metros quadrados, que dialoga com tendências contemporâneas como linhas retas, fachada ventilada e utilização de vidro. A sustentabilidade é outro ponto forte do projeto, que privilegia a incidência de iluminação natural e prevê o aproveitamento da água das chuvas para irrigação de jardins.
Um telhado verde foi a solução criativa encontrada para duas questões. Além de contribuir para um maior conforto térmico, a vegetação acaba mimetizando o prédio, deixando a edificação ainda mais integrada à paisagem.
A estrutura, que parece flutuar sobre os vinhedos, abriga quatro pisos. O pavimento turístico dá as boas-vindas com uma visão panorâmica do vinhedo que chega a uma extensão de 80 quilômetros, tendo a Serra do Sincorá como pano de fundo. Ali também o visitante encontrará nossa loja e uma varanda para degustação.
O segundo ambiente abriga nosso laboratório, área de enologia e salas de curso e de degustação, além dos setores administrativos. O terceiro está ocupado pela produção propriamente dita, que inclui etapas como a vinificação e o engarrafamento dos vinhos.
Por último, mas não menos importante, chegamos ao subsolo. É nesse pavimento que está localizada a cave, guardiã dos vinhos que estagiam em barricas antes de irem para a garrafa. É lá também que o visitante tem o privilégio de contemplar de perto uma parte aparente do solo Franco-Argilo-Arenoso característico e pode ter a sensação de estar literalmente inserido no terroir da Chapada Diamantina.
Para saber mais sobre o nosso projeto, acesse o site.